No ecossistema de startups, poucos consensos existem, pois diversas visões buscam conquistar corações e mentes. No entanto, um dos raros consensos é que a equipe é o principal fator determinante do sucesso ou fracasso de uma startup. A experiência acumulada pela WOW, que conta com um portfólio de mais de 160 startups, confirma essa ideia, mas também revela alguns aspectos menos óbvios sobre equipes de sucesso.
Um desses aspectos é que uma equipe de fundadores composta exclusivamente por desenvolvedores e cientistas da computação tem probabilidade de sucesso acima da média. Essa é uma constatação empírica, baseada na análise do nosso portfólio, e é contraintuitiva, já que ter uma equipe multidisciplinar é uma exigência padrão na lista de prioridades dos VCs. Mas se olharmos globalmente, algumas empresas de grande sucesso como Google, Microsoft e Nvidia também têm este perfil de founders.
Para entender melhor as razões do sucesso das startups com este perfil conversei com os CEOs de alguns destes nossos cases. Todos eles fizeram saída e agora são nossos investidores. A seguir comentários individuais e um compilado de dicas para fundadores técnicos:
Jonas Casarin, co-founder da Anota AI, solução para automação de atendimento de delivery com bot para WhatsApp, cardápio digital, recuperador de vendas e outras ferramentas; fundada por cinco co-founders com formação em ciência da computação, adquirida pelo Ifood:
“Para encontrar o product-market fit, você precisa testar muito e muito rápido, o que geralmente implica em alterar o produto muitas vezes. Nesta fase, a startup não tem recursos para contratar desenvolvedores experientes e motivados. Poder fazer isto sem depender de ninguém além dos próprios founders, traz uma vantagem absurda“.
André Piegas, co-founder da Dietbox, pacote de ferramentas para atendimento nutricional; startup formada por três co-founders com formação em computação, liderou o mercado e foi adquirida integralmente por empresa que está consolidando este mercado:
“A facilidade em traduzir as necessidades de negócio em funcionalidades de software é um grande diferencial no início da jornada de uma startup. Não basta encontrar o problema, tem que saber resolvê-lo de forma eficiente. Outro ponto é que o founder técnico têm menos viés para endereçar problemas de negócio, permitindo uma visão sem os vícios de quem já está inserido no ambiente há muito tempo Por exemplo, um concorrente nosso, fundado por um nutricionista, demorou muito tempo para aceitar que o produto dele não deveria contemplar apenas o seu modo de trabalho”.
João David, co-founder da TownSQ, aplicativo de gestão, comunicação e finanças para condomínios e administradoras, startup formada por quatro co-founders com formação em ciência da computação, adquirida integralmente pela empresa americana Hoam Ventures:
“A maioria das startups são empreendimentos de base tecnológica. No estágio inicial, desenvolver um produto de qualidade é um desafio significativamente maior do que dominar as outras áreas necessárias, como marketing, vendas e suporte. Co-fundadores com perfil técnico, que geralmente são bastante autodidatas, podem assumir essas funções mais generalistas se estiverem dispostos a sair de sua zona de conforto. O contrário, entretanto, é muito mais difícil.”
- Pelo menos um dos founders tem que ir para rua, falar com o cliente, entender modelos de negócio, se comunicar, se não, a vantagem pode ser toda desperdiçada;
É essencial preparar profundamente os novos colaboradores nas atividades que são core para a empresa, sem se apegar a modismos ou desperdiçar energia no que não é crítico naquele momento;
- Não se acomodar na zona de conforto, olhando só produto, sem mergulhar nas questões estratégicas de negócios;
- Ler e estudar outras disciplinas é essencial. Buscar diversificar a equipe o mais rápido possível. No caso da Dietbox: Marketing /vendas, Nutrição e Design;
Manter contato constante com pessoas que trazem experiências e conhecimentos fora da nossa expertise é crucial. Por exemplo, nossa parceria com a WOW Aceleradora nos proporcionou insights valiosos e nos ajudou a expandir nossa visão além do campo técnico;
- Dessas avaliações, conclui-se que startups com equipes de co-fundadores de perfil técnico tendem a depender menos de investimento financeiro, uma vez que o desenvolvimento do produto é o maior custo no início da vida de uma startup. Essa vantagem é particularmente relevante quando há escassez de investimentos e o capital está caro, implicando em menores múltiplos de valuation para as rodadas, como o cenário atual;
- Naturalmente, à medida que a startup cresce, é essencial atrair profissionais com expertise em áreas complementares, como marketing, vendas e operações. No entanto, o sucesso inicial da equipe técnica facilita a atração de talentos que preencham essas lacunas, fundamental para o crescimento sustentável da empresa;
- Além disso, a diversidade de soft skills torna-se ainda mais crucial quando os fundadores possuem backgrounds semelhantes, pois isso traz diferentes perspectivas, estimula a criatividade, promove uma abordagem mais abrangente na solução de problemas e fortalece a capacidade de enfrentar desafios complexos;
Dessas avaliações, conclui-se que startups com equipes de co-fundadores de perfil técnico tendem a depender menos de investimento financeiro, uma vez que o desenvolvimento do produto é o maior custo no início da vida de uma startup. Essa vantagem é particularmente relevante quando há escassez de investimentos e o capital está caro, implicando em menores múltiplos de valuation para as rodadas, como o cenário atual.
Naturalmente, à medida que a startup cresce, é essencial atrair profissionais com expertise em áreas complementares, como marketing, vendas e operações. No entanto, o sucesso inicial da equipe técnica facilita a atração de talentos que preencham essas lacunas, fundamental para o crescimento sustentável da empresa.
Além disso, a diversidade de soft skills torna-se ainda mais crucial quando os fundadores possuem backgrounds semelhantes, pois isso traz diferentes perspectivas, estimula a criatividade, promove uma abordagem mais abrangente na solução de problemas e fortalece a capacidade de enfrentar desafios complexos.
Por fim, espero que os nossos talentosos “nerds” percebam que existe uma grande oportunidade de empreender co-fundando startups. O ecossistema tem diversos atores que apoiam e problemas a serem resolvidos não faltam. A jornada empreendedora vai muito além dos ganhos financeiros, que podem ser extraordinários, pois proporciona um acúmulo de conhecimento e relacionamentos inestimáveis que transformam a vida daqueles que a percorrem. No mínimo, sobre este importante ângulo, não há dúvidas de que empreender vale a pena!
No ecossistema de startups, poucos consensos existem, pois diversas visões buscam conquistar corações e mentes. No entanto, um dos raros consensos é que a equipe é o principal fator determinante do sucesso ou fracasso de uma startup. A experiência acumulada pela WOW, que conta com um portfólio de mais de 160 startups, confirma essa ideia, mas também revela alguns aspectos menos óbvios sobre equipes de sucesso.
Um desses aspectos é que uma equipe de fundadores composta exclusivamente por desenvolvedores e cientistas da computação tem probabilidade de sucesso acima da média. Essa é uma constatação empírica, baseada na análise do nosso portfólio, e é contraintuitiva, já que ter uma equipe multidisciplinar é uma exigência padrão na lista de prioridades dos VCs. Mas se olharmos globalmente, algumas empresas de grande sucesso como Google, Microsoft e Nvidia também têm este perfil de founders.
Para entender melhor as razões do sucesso das startups com este perfil conversei com os CEOs de alguns destes nossos cases. Todos eles fizeram saída e agora são nossos investidores. A seguir comentários individuais e um compilado de dicas para fundadores técnicos:
Jonas Casarin, co-founder da Anota AI, solução para automação de atendimento de delivery com bot para WhatsApp, cardápio digital, recuperador de vendas e outras ferramentas; fundada por cinco co-founders com formação em ciência da computação, adquirida pelo Ifood:
“Para encontrar o product-market fit, você precisa testar muito e muito rápido, o que geralmente implica em alterar o produto muitas vezes. Nesta fase, a startup não tem recursos para contratar desenvolvedores experientes e motivados. Poder fazer isto sem depender de ninguém além dos próprios founders, traz uma vantagem absurda“.
André Piegas, co-founder da Dietbox, pacote de ferramentas para atendimento nutricional; startup formada por três co-founders com formação em computação, liderou o mercado e foi adquirida integralmente por empresa que está consolidando este mercado:
“A facilidade em traduzir as necessidades de negócio em funcionalidades de software é um grande diferencial no início da jornada de uma startup. Não basta encontrar o problema, tem que saber resolvê-lo de forma eficiente. Outro ponto é que o founder técnico têm menos viés para endereçar problemas de negócio, permitindo uma visão sem os vícios de quem já está inserido no ambiente há muito tempo Por exemplo, um concorrente nosso, fundado por um nutricionista, demorou muito tempo para aceitar que o produto dele não deveria contemplar apenas o seu modo de trabalho”.
João David, co-founder da TownSQ, aplicativo de gestão, comunicação e finanças para condomínios e administradoras, startup formada por quatro co-founders com formação em ciência da computação, adquirida integralmente pela empresa americana Hoam Ventures:
“A maioria das startups são empreendimentos de base tecnológica. No estágio inicial, desenvolver um produto de qualidade é um desafio significativamente maior do que dominar as outras áreas necessárias, como marketing, vendas e suporte. Co-fundadores com perfil técnico, que geralmente são bastante autodidatas, podem assumir essas funções mais generalistas se estiverem dispostos a sair de sua zona de conforto. O contrário, entretanto, é muito mais difícil.”
- Pelo menos um dos founders tem que ir para rua, falar com o cliente, entender modelos de negócio, se comunicar, se não, a vantagem pode ser toda desperdiçada;
É essencial preparar profundamente os novos colaboradores nas atividades que são core para a empresa, sem se apegar a modismos ou desperdiçar energia no que não é crítico naquele momento;
- Não se acomodar na zona de conforto, olhando só produto, sem mergulhar nas questões estratégicas de negócios;
- Ler e estudar outras disciplinas é essencial. Buscar diversificar a equipe o mais rápido possível. No caso da Dietbox: Marketing /vendas, Nutrição e Design;
Manter contato constante com pessoas que trazem experiências e conhecimentos fora da nossa expertise é crucial. Por exemplo, nossa parceria com a WOW Aceleradora nos proporcionou insights valiosos e nos ajudou a expandir nossa visão além do campo técnico;
- Dessas avaliações, conclui-se que startups com equipes de co-fundadores de perfil técnico tendem a depender menos de investimento financeiro, uma vez que o desenvolvimento do produto é o maior custo no início da vida de uma startup. Essa vantagem é particularmente relevante quando há escassez de investimentos e o capital está caro, implicando em menores múltiplos de valuation para as rodadas, como o cenário atual;
- Naturalmente, à medida que a startup cresce, é essencial atrair profissionais com expertise em áreas complementares, como marketing, vendas e operações. No entanto, o sucesso inicial da equipe técnica facilita a atração de talentos que preencham essas lacunas, fundamental para o crescimento sustentável da empresa;
- Além disso, a diversidade de soft skills torna-se ainda mais crucial quando os fundadores possuem backgrounds semelhantes, pois isso traz diferentes perspectivas, estimula a criatividade, promove uma abordagem mais abrangente na solução de problemas e fortalece a capacidade de enfrentar desafios complexos;
Dessas avaliações, conclui-se que startups com equipes de co-fundadores de perfil técnico tendem a depender menos de investimento financeiro, uma vez que o desenvolvimento do produto é o maior custo no início da vida de uma startup. Essa vantagem é particularmente relevante quando há escassez de investimentos e o capital está caro, implicando em menores múltiplos de valuation para as rodadas, como o cenário atual.
Naturalmente, à medida que a startup cresce, é essencial atrair profissionais com expertise em áreas complementares, como marketing, vendas e operações. No entanto, o sucesso inicial da equipe técnica facilita a atração de talentos que preencham essas lacunas, fundamental para o crescimento sustentável da empresa.
Além disso, a diversidade de soft skills torna-se ainda mais crucial quando os fundadores possuem backgrounds semelhantes, pois isso traz diferentes perspectivas, estimula a criatividade, promove uma abordagem mais abrangente na solução de problemas e fortalece a capacidade de enfrentar desafios complexos.
Por fim, espero que os nossos talentosos “nerds” percebam que existe uma grande oportunidade de empreender co-fundando startups. O ecossistema tem diversos atores que apoiam e problemas a serem resolvidos não faltam. A jornada empreendedora vai muito além dos ganhos financeiros, que podem ser extraordinários, pois proporciona um acúmulo de conhecimento e relacionamentos inestimáveis que transformam a vida daqueles que a percorrem. No mínimo, sobre este importante ângulo, não há dúvidas de que empreender vale a pena!