Nesse mundo dinâmico das startups, o ecossistema que as envolve tem se tornado cada vez mais acolhedor, graças às incubadoras, coworkings e hubs de inovação. Startups early stage contam ainda com diversas opções de investimento anjo em Aceleradoras, Fundos de Anjos, Venture Builders e Equity Crowdfunding. Esse aumento na oferta de investimento anjo na casa de R$ 100 mil a R$ 1 milhão, resultou na redução do equity demandado para algo em torno de 10%.
Os tipos de capitais disponíveis para impulsionar o desenvolvimento das startups são Financeiro, Econômico e Intelectual. O capital financeiro refere-se ao dinheiro e não deve ser confundido com o capital econômico, que engloba espaço físico, ferramentas e plataformas de software, máquinas, equipamentos, facilities e uma gama de serviços de apoio, como jurídico, contábil e assessoria de imprensa, entre outros. Vale destacar que esses benefícios econômicos são geralmente oferecidos de maneira compartilhada, com custo zero ou substancialmente reduzido.
Por outro lado, o capital intelectual, também conhecido como “smart money” apresenta diversas modalidades. Desde mentoria, consultoria e coaching, até conexões valiosas no mercado corporativo, networking entre startups que enfrentam desafios semelhantes, além da busca ativa por novas rodadas de investimento seed ou de venture capital. Essa forma de capital também abrange conteúdo e treinamentos especializados, agregando valor estratégico, essencial para o crescimento do empreendimento.
Diante desse cenário, é essencial que o empreendedor entenda as peculiaridades das diferentes modalidades de investimento anjo em relação ao tipo de capital disponibilizado, resumido na tabela abaixo.
Aceleradoras fazem a Seleção, Aceleração e Acompanhamento de portfólios de startups para grandes empresas ou para grupos de investidores, cobrando taxas de administração e bônus de performance. Aceleradoras Corporativas estão ligadas a empresas que querem se aproximar do ambiente inovador das startups. Suas teses de investimento são alinhadas com os interesses das respectivas empresas, sendo portanto mais restritas do que as das Aceleradoras Independentes. Aceleradoras Independentes têm teses de investimento tipicamente agnósticas, aceitando projetos de qualquer mercado ou tecnologia, desde que apresentem probabilidade de escalar e remunerar seus investidores. Ambas implementam processos de seleção e aceleração bem estruturados, adaptados ao estágio de maturidade de cada startup.
Os Fundos de Anjos também selecionam, aceleram e acompanham as startups, porém sem um processo de aceleração tão estruturado. Trata-se mais de mentoria dos vários anjos e networking entre as várias startups investidas. Além disso, as Aceleradoras Independentes montam fundos de anjos em que todos participam do investimento em todas as startups selecionadas na proporção de suas cotas, enquanto nos Grupos de Anjos a decisão de investir ou não em cada startup e o montante do investimento é definido individualmente por cada investidor. A interlocução com múltiplos investidores pode dificultar os trabalhos de Aceleração e Acompanhamento para a startup.
Os Equity Crowdfunding são plataformas de financiamento coletivo, tipo “vaquinhas virtuais”, onde diversas pessoas têm a oportunidade de investir em uma startup. O único capital disponibilizado é o financeiro e não há processo de aceleração. Apesar dessas limitações, o Equity Crowdfunding se destaca como uma ferramenta fundamental para democratizar a participação de investidores no ecossistema de inovação, já que algumas plataformas possibilitam investimentos a partir de R$1 mil.
Venture Builders, são como um complemento aos Equity Crowdfundings, uma vez que oferecem capital econômico e, principalmente, capital intelectual, mas não o capital financeiro. Diferentemente de todas as outras formas de investimento, os Venture Builders não aportam diretamente dinheiro nas startups. São empresas criadas por pessoas de negócios com experiência, cuja contribuição se concentra na aceleração e no acompanhamento direto de startups em estágio inicial em troca de uma participação no capital.
Assim como aconteceu com as aceleradoras, algumas corporações adotaram a prática de estabelecer suas próprias Corporate Venture Builders, disponibilizando o capital intelectual de seus gestores e profissionais e facilitando o acesso ao mercado para startups alinhadas aos seus interesses estratégicos.
Essa parceria não apenas estimula a inovação, mas também a agilidade nos processos e culturas organizacionais dessas empresas, contribuindo para um ambiente empresarial mais dinâmico e adaptável.